HOME Notícias

Notícias

Fique por dentro do que acontece na ISJB...

No próximo domingo a Igreja celebra o dia da Assunção de Nossa Senhora
O Dogma da Assunção de Nossa Senhora - Proclamado solenemente pelo Papa Pio XII

A Sagrada Tradição da Igreja ensina que Nossa Senhora foi elevada ao céu de corpo e alma após sua morte. No entanto, as particularidades da “morte” da Virgem Maria não são conhecidas. Santo Epifânio, bispo de Salamina de Chipre, compôs, nos anos de 374-377, o livro sobre as heresias, no qual escreve: “Ou a Santa Virgem morreu e foi sepultada e seguiu-se depois sua Assunção na glória, ou, sem fim, verificou-se em plena e ilibada pureza, adornando a coroa de sua virgindade”.

O Dogma da Assunção da Virgem Santíssima foi proclamado, solenemente, pelo Papa Pio XII, no dia 1º de novembro de 1950, e sua festa é celebrada no dia 15 de agosto. Grande júbilo e alegria pairou sobre todo o mundo católico naquela data, especialmente para os filhos de Maria. Quando o Papa o decretou, por meio da Constituição Apostólica Munificentissimus Deus.

Nesse documento, disse o Papa: “Cristo, com Sua morte, venceu o pecado e a morte e sobre esta e sobre aquele alcançará também vitória pelos merecimentos de Cristo quem for regenerado sobrenaturalmente pelo batismo. Mas por lei natural Deus não quer conceder aos justos o completo efeito dessa vitória sobre a morte, senão quando chegar o fim dos tempos. Por isso, os corpos dos justos se dissolvem depois da morte, e somente no último dia tornarão a unir-se, cada um com sua própria alma gloriosa. Mas desta lei geral Deus quis excetuar a Bem-Aventurada Virgem Maria. Ela, por um privilégio todo singular, venceu o pecado; por sua Imaculada Conceição, não estando por isso sujeita à lei natural de ficar na corrupção do sepulcro, não foi preciso que esperasse até o fim do mundo para obter a ressurreição do corpo”.

A grande manifestação e júbilo:  na Praça de São Pedro, em Roma, diante do pórtico de São Pedro, circundado por 36 Cardeais, 555 Patriarcas, Arcebispos e Bispos e sacerdotes, e perante cerca de um milhão de fiéis, o Papa proclamava solenemente: depois de haver mais uma vez elevado a Deus nossas súplicas e invocado as luzes do Espírito Santo, a glória de Deus Onipotente, que derramou sobre a Virgem Maria Sua especial benevolência, em honra de Seu Filho, Rei imortal dos séculos e vencedor do pecado e da morte, para maior glória de Sua augusta Mãe e para a alegria e exultação de toda a santa Igreja, e pela autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo e nossa, pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma de fé revelado por Deus que: a Imaculada Mãe de Deus, sempre Virgem Maria, terminado o curso de sua vida terrena, foi elevada à glória celeste em corpo e alma.

Papa Paulo VI, na Exortação Apostólica Marialis Cultus, resume a importância desse dogma numa expressão cheia de densidade: “A solenidade de 15 de agosto celebra a gloriosa Assunção de Maria ao Céu, festa de seu destino de plenitude e de bem-aventurança, glorificação de sua alma imaculada e de seu corpo virginal, de sua perfeita configuração com Cristo ressuscitado” (MC n.6).

Assim, Maria participa da ressurreição e glorificação de Cristo. É preciso lembrar, aqui, que somente Jesus e Maria subiram ao Céu de corpo e alma. Os santos estão lá apenas com suas almas, pois os corpos estão na terra, aguardando a ressurreição do último dia. Maria, ao contrário, foi elevada ao céu também com seu corpo já ressuscitado. É uma grande glória dela.

Como Maria não esteve sujeita ao poder do pecado para poder ser a Mãe de Deus, também não podia ficar sob o império da morte; pois, como disse São Paulo, “o salário do pecado é a morte” (Rm 6,23). Assim, Maria não experimentou a corrupção da carne, mas foi glorificada em sua alma e seu corpo.

A carne de Jesus e a de Maria são a mesma carne. Portanto, a carne de Maria devia ter a mesma glória que teve a de seu Filho. São João de Damasco, no ano 749, escreve: “Era necessário que aquela que, no parto, havia conservado ilesa sua virgindade, conservasse também sem corrupção alguma seu corpo depois da morte. Era preciso que aquela que havia trazido no seio o Criador feito menino habitasse nos tabernáculos divinos. Era necessário que aquela que tinha visto o Filho sobre a cruz, recebendo no coração aquela espada das dores das quais fora imune ao dá-Lo à luz, O contemplasse sentado à direita do Pai. Era necessário que a Mãe de Deus possuísse aquilo que pertence ao Filho e fosse honrada por todas as criaturas como Mãe de Deus”.

A rica Tradição da Igreja reconheceu, desde os primeiros séculos, a gloriosa Assunção de Nossa Senhora. Dela dão testemunho São João Damasceno, São João Crisóstomo, Santo Tomás de Aquino, São Boaventura, Santo Anselmo, São Bernardo e outros luminares e teólogos famosos. Além disso, a Sagrada Liturgia sempre confirmou a verdade desse dogma, tanto nos antigos missais como nos sacramentários, hinos e saudações à subida da Rainha ao Céu. Além disso, nunca, em Igreja nenhuma da Terra, venerou-se uma relíquia do corpo de Maria Santíssima, mostrando com isso uma convicção certa e inabalável de que Ela está no céu.

Maria é a Virgem que sabe ouvir, que acolhe a palavra de Deus com fé; fé, que foi para ela prelúdio e caminho para a maternidade divina, pois, como intuiu Santo Agostinho, "a bem-aventurada Maria, acreditando, deu à luz Aquele (Jesus) que, acreditando, concebera"; na verdade, recebida do Anjo a resposta à sua dúvida (cf. Lc 1,34-37), "Ela, cheia de fé e concebendo Cristo na sua mente, antes de o conceber no seu seio, disse: "Eis a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra" (Lc 1,38); fé, ainda, que foi para Ela motivo de beatitude e de segurança no cumprimento da promessa: "Feliz aquela que creu, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido" (Lc 1,45); fé, enfim, com a qual ela, protagonista e testemunha singular da Encarnação, reconsiderava os acontecimentos da infância de Cristo, confrontando-os entre si, no íntimo do seu coração.

É isto que também a Igreja faz; na Sagrada Liturgia, sobretudo, ela escuta com fé, acolhe, proclama e venera a Palavra de Deus, distribui-a aos fiéis como pão de vida, à luz da mesma, perscruta os sinais dos tempos, interpreta e vive os acontecimentos da história.

Maria é, depois, a Virgem Mãe, isto é, aquela que "pela sua fé e obediência, gerou na terra o próprio Filho de Deus Pai, sem ter conhecido varão, por obra e graça do Espírito Santo". Maternidade prodigiosa, constituída por Deus protótipo e modelo da fecundidade da Virgem-Igreja, a qual, por sua vez, "se torna também mãe, dado que, com a pregação e com o batismo gera para vida nova e imortal "aos olhos concebidos por ação do Espírito Santo e nascidos de Deus".

A materna missão de Maria, pois, impele o Povo de Deus a dirigir-se, com filial confiança, àquela que está sempre pronta para o atender, com afeto de mãe e com o valimento eficaz de Auxiliadora. Por isso, cedo começou o mesmo Povo de Deus a invocá-la sob os títulos de Consoladora dos aflitos, Saúde dos enfermos e Refúgio dos pecadores, a fim de alcançar conforto nas tribulações, alívio nas doenças e, quando ilaqueado pela culpa, a força libertadora; porque ela, isenta do pecado, leva os seus filhos a isto: a debelarem, com decisão enérgica, o pecado. E uma tal libertação do pecado e do mal, importa frisá-lo bem, é a condição necessária para toda e qualquer renovação dos costumes cristãos.

Para nós, a Solenidade da Assunção é como uma continuação da Páscoa, da Ressurreição e da Ascensão do Senhor. E é, ao mesmo tempo, o sinal e a fonte da esperança da vida eterna e da futura ressurreição” (São João Paulo ll, Homilia).

Diz o Prefácio da Solenidade que proclama maravilhosamente o mistério celebrado: “Hoje, a Virgem Maria, Mãe de Deus, foi elevada à glória do céu. Aurora e esplendor da Igreja triunfante, Ela é consolo e esperança do vosso povo ainda em caminho, pois preservastes da corrupção da morte aquela que gerou de modo inefável o vosso próprio Filho feito homem, autor de toda a vida”.

Todos ressuscitaremos! Cada qual, porém, em sua ordem: como primícias, Cristo; em seguida, os que forem de Cristo, na ocasião de sua vinda (1Cor 15,23).

O que diz para nós o mistério da Assunção? Maria é, também ela, de um modo diferente de Cristo, o primeiro fruto: as primícias da ressureição e da Igreja. Nela Deus traçou como que um esboço daquilo que, ao final, acontecerá para toda a Igreja. Porque toda a Igreja, no fim, tornada como ela imaculada e santa, será elevada ao céu!

Em Maria, Deus quis mostrar quão grande e profunda foi a redenção operada por Cristo e a que tamanha glória pode conduzir a criatura que se deixa envolver inteiramente. Para que Deus possa realizar “grandes coisas” também em nós, para que possa conduzir-nos àquela glória final alcançada por Maria, é necessário, portanto, que nós também apresentemos estes dois requisitos: a fé e a humildade.

A solenidade da Assunção, nos convida a refletir, sobre o sentido da nossa vida, o para “quê” viemos ao mundo e como devemos conduzir a nossa vida. Maria, com o seu testemunho, nos ensina, que só alcançaremos a nossa realização plena, se nos deixarmos conduzir, pela vontade de Deus! 

Maria foi puro amor e doação, ela se entregou por inteira à serviço do Reino de Deus, abrindo mão de todos os seus projetos pessoais, para viver o projeto de Deus, que tem como fundamento o amor!

A solenidade de Maria assunta, nos apresenta Maria como modelo de vida cristã, um modelo a ser seguido por todos nós! Nossa vida, se pautada no exemplo desta grande mulher, com certeza, será uma vida fecunda! Deus cativou Maria e ela se deixou cativar por Ele, se entregando por inteira à seu serviço!

Assim que recebeu do Anjo, o anuncio de que ela seria a mãe de Jesus, Maria ficou sabendo também da gravidez de sua prima Isabel. Movida pelo o amor ao próximo, ela não hesitou, se pôs à caminho, indo ao auxílio de Isabel, que certamente necessitaria de maiores cuidados devido a sua idade avançada. Com este gesto abnegado de amor e entrega, Maria nos dá um grande exemplo de solidariedade, nos ensinando que o amor é mais do que sentimento, mais do que palavras: o amor é gesto concreto, é decisão de ir ao encontro do outro, de inteirar-se de suas necessidades.

Subindo montanhas, levando Jesus no seu ventre, Maria tornou-se a primeira pessoa a levar Jesus ao outro, ou seja, a primeira discípula de Jesus!

O evangelho que ouviremos na liturgia do próximo domingo, narra  dois encontros marcantes, o encontro de duas mães: Maria e Isabel,  uma se alegrando  com a alegria da outra, e juntas agradecendo  a Deus pelo dom da fecundidade, mostrando-nos  que o poder de Deus é infinito! Neste encontro de mães, acontece também o encontro de duas crianças, que estavam sendo gestadas no ventre destas duas mulheres distintas, um encontro invisível, porém sentido!  No ventre da jovenzinha de Nazaré, crescia Jesus, àquele que seria O Salvador do mundo. E no ventre, antes estéril de Isabel, crescia João Batista, àquele que seria o grande profeta, o precursor que iria preparar o caminho para a entrada de Jesus na história da salvação.

Ao se entregar totalmente à serviço de Deus, Maria participou da história da libertação da humanidade, enfrentando todos os desafios, desde a concepção de Jesus, até a sua morte de cruz! E mesmo com o coração transpassado de dor, Maria manteve-se de pé, aos pés da cruz.

Maria é a voz que grita na defesa dos pobres, de todos aqueles que buscam nela, força e coragem para lutar e vencer os “poderosos!”

No canto do magnificat, o coração de Maria manifesta de modo transbordante a sua gratidão pela imensidão de maravilhas que Deus realizou em sua vida!  Realizações, que Ela reconhecia não serem somente em seu favor, mas em favor de toda humanidade, uma vez que, pelo seu Filho Jesus, a salvação entrou na humanidade! Maria nos ensina que as maravilhas que Deus realiza em nós, e em favor de todos!

A glória da Assunção de Nossa Senhora ao Céu é, para nós que ainda vivemos neste vale de lágrimas, a certeza de que o céu existe e é nosso destino.

Fixemos o nosso olhar em Maria, já assunta aos céus! Ela é a certeza e a prova de que os seus filhos estarão um dia com o corpo glorificado junto de Cristo glorioso. A nossa aspiração à vida eterna ganha asas ao meditarmos que a nossa Mãe celeste está lá em cima, que nos vê e nos contempla com o seu olhar cheio de ternura, com tanto mais amor quanto mais necessitados nos vê. “Realiza a função, própria da mãe, de medianeira de clemência na vinda definitiva” (São João Paulo ll).

Que nossos corações estejam sempre iluminados com a luz da bondade que iluminou o coração de Maria, a grande defensora dos pobres e sofredores.

 

 

Solenidade da Assunção de Nossa Senhora.

Organização, adaptação e texto

Edilson Agreson da Silva, sdb.